20 DE AGOSTO. Benevenuto Cellini, trabalhador moderno:
força, inspiração e beleza
BENEVENUTO
CELLINI
(nasceu em 1500, em
Florença; morreu em 1571, em Florença)
MECÂNICO ESCULTOR
JOALHEIRO GRAVADOR GRANDE ARTISTA NA RENASCENÇA
A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média
foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura
do feudo e a seu barão. Entre os anos 700 e 1000 ocorre a libertação dos servos,
que se tornam comerciantes e artesões na manufatura de bens de necessidade
imediata. O que ocorre nos burgos, povoados formados fora das muralhas dos
castelos. Nasce então a burguesia.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos
artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era demandado
pelas necessidades imediatas. Desse modo foi iniciada a organização inicial da
indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do
ano 1001, já foi reconhecida a indústria
moderna, instituída no sistema econômico do capitalismo. Que a seguir foi
empregado com sucesso em todo mundo ocidental. Desde antiguidade no comercio a
troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam
com os lucros e as perdas do negócio. Essa forma natural de operação é o capitalismo, em que os meios para sua
operação são de propriedade particular, o risco sendo remunerado pelo lucro.
Com a universalização dos negócios pela globalização o capitalismo está
formalizado em todo mundo.
Nesta
segunda semana estão os representantes dos que desenvolveram o emprego de
materiais para obter máquinas úteis ou peças artísticas. Vaucanson é o chefe da
semana. Ele mostrou extraordinária habilidade em criar autômatos, máquinas que
imitam o movimento e funções de um ser vivo, animado.
Ver em
0813 01 C Quadro
do Mês de Gutenberg, A Indústria Moderna, com os grandes tipos representantes
do mês.
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
BENEVENUTO
CELINI (1500-1571) é um trabalhador
que inventou novas formas de agir sobre os materiais na produção de bens úteis,
entre muitos dos que nos antecederam.
Cellini
é o artista excêntrico da renascença na Itália, um criador de técnica refinada
no trabalho de metais em todas as suas formas. É um artista que merece estar ao
lado dos grandes mestres como um Rembrandt. Também se mostrou um habilidoso
escritor. Sua biografia, mostrada nas MEMÓRIAS, é uma leitura recomendada até
nossos dias. Ali Cellini reproduz com cores vivas a explosão artística e
construtiva da renascença italiana. Ele
mostra o fim da Idade Média naquilo que ela tem de mais íntimo, tal como um
historiador.
Ele
era filho de um honrado músico e fabricante de instrumentos musicais de
Florença. Lá ele nasceu em 1º de novembro de 1500. Inicialmente foi encaminhado
para a música, que praticou por algum tempo. Mas sua grande habilidade em
desenhar fez seu pai colocá-lo como aprendiz de um ourives. Essa era a maneira
que se usava habitualmente para obter a firmeza na mão, que, durante a grande
época da renascença, tinha aplicação igualmente em todas as artes da forma, bem
como no que mais tarde se chamou de “artes mecânicas”.
Cellini
tornou-se logo um mestre dos melhores de seu tempo na arte de esmaltar e de
trabalhar o ouro, a prata, o bronze e até mesmo os metais não preciosos. Ele
fez jóias, estátuas, vasos, copos sagrados, armaduras, medalhas, moedas, sinete
para selo em lacre e toda espécie de ornamentação, grande ou pequena. Em todos
colocava uma inesgotável riqueza de imaginação, unida a uma delicadeza incomum
de traço e a uma perfeição verdadeiramente artística.
Aos
19 anos, Celinni foi para Roma, começando sua vida errante, cheia de aventuras
romanescas, de crimes, de alegres brincadeiras, de deboche. Ele contou com a
proteção de uma série de ricos príncipes protetores, como os papas Clemente VII
e Paulo III em Roma, Francisco I na França, Côme de Médicis em Florença. Ele
executou para eles uma variedade impressionante
de obras, de estátuas colossais em bronze, de bijuteria, peças de prata, de
medalhas, moedas, figuras em mármore e efígies em bronze.
Ao
mesmo tempo, foi empregado na fabricação de armas militares, em projetos de
edificação e até na direção da artilharia de guerra. Ele participou do
conhecido cerco feito a Roma em 1527. Então ele dirigiu o tiro que matou o
marechal de Bourbon e alinhou o canhão que feriu o príncipe de Orange, como
afirma em suas MEMÓRIAS.
Segundo o próprio Cellini, sua vida foi uma série romanesca
de perigos a que ele escapou por milagre, com triunfos artísticos, intrigas,
amores, duelos, brigas e assassinatos. Aos cinqüenta e oito anos entrou para
uma ordem religiosa, mas, depois de dois anos, renunciou a se tornar padre e se
casou. Cellini morreu aos 71 anos,
deixando uma família legítima. Foi enterrado com honras públicas na igreja da
Anunciação em Florença.
Cellini,
como artista, deve seu renome à inesgotável energia de trabalhador, às suas
permanentes e grandes obras e à visão de renovação universal que ele coloca nos
mais comuns fatos da vida. A estátua colossal de Perseu, em Florença, é um dos
triunfos típicos da renascença, por sua admiração pela Grécia antiga. Perseu,
filho de Zeus, um dos maiores heróis gregos, é imortalizado de forma admirável
nessa obra-prima de Cellini. A descrição das dificuldades materiais que ele
encontrou para fundir em bronze o Perseu é uma das cenas mais vivas do relato
feito por Cellini, uma tarefa metade cômica, metade séria.
Se
nós, hoje, consideramos esse homem estranho e complexo como um dos pioneiros da indústria moderna é
porque ele criou uma quantidade inesgotável de formas cheias de criatividade e
de graça e que comprova sua qualidade de verdadeiro trabalhador moderno, de
artista mecânico com uma inspiração infinita.
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