JUNHO 30. Bayard: sem
arma de fogo a vitória é pela coragem e habilidade pessoal
BAYARD
Pierre Terrail, Senhor de Bayard, Baiardo
(nasceu em 1473, no
Castelo Bayard, Pontcharra, França; morreu em 1524, na Itália)
CAVALEIRO SEM
MEDO E SEM MÁCULA MODELO DE VIRTUDE E DE CAVALHEIRISMO
As grandes contribuições do Civilização Feudal para o progresso da
sociedade humana
Ver em 0618 C
O QUADRO DO MÊS DE CARLOS MAGNO A CIVILIZAÇÃO FEUDAL,
com o resultado geral do
feudalismo e com os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
PIERRE DU TERRAIL, SENHOR DE BAYARD (1473-1524) nasceu numa família nobre de guerreiros no
castelo de Bayard, de seus pais, perto de Grenoble, em 1476.
Todos os seus ancestrais de parte de seus pais perderam a vida nos
campos de batalha, um deles em Azicourt, outro em Poitiers. Assim
sendo, foi destinado à carreira das armas e aos 13 anos serviu como pajem do
duque de Sabóia. Depois passou ao serviço de Carlos VIII e, aos 18 anos, já tinha a fama de ser um dos
mais perfeitos cavaleiros de seu tempo. Acompanhou o rei de França na campanha
da Itália e se distinguiu na batalha de Fornovo em 1495. Depois dessa luta
Pierre foi sagrado cavaleiro pelo rei. Serviu em seguida a Luiz XII na campanha
de Milanais e defendeu a ponte de Garigliano sozinho contra um corpo de tropa
espanhol.
Nas guerras que se seguiram, decidiu a vitória em Agnadel. Ele foi
gravemente ferido em
Brescia. A proteção que ofereceu à dama que cuidava de seus
ferimentos e às suas filhas durante seu tratamento, é célebre como raro exemplo
de generosidade.
Bayard combateu bravamente e foi feito prisioneiro na batalha de
Guinegate. Suas qualidades galantes e cavalheirescas fizeram com que fosse
libertado sem pagamento de resgate e ainda recebeu as homenagens do rei
Henrique VIII.
Quando Francisco I foi posto como rei, Bayard serviu na campanha
da Itália e se destacou na batalha de Marignan. O rei considerou que o
principal autor da vitória tinha sido Bayard.
Em 1522 Bayard cortou a marcha de Carlos V fazendo a defesa de
Mesieres. Em 1524 ele serviu de novo na Itália contra os imperiais comandados
pelo traidor chefe de armas de Bourbon. Foi então, que Bayard na batalha de
Sésia, recebeu um ferimento mortal. Tinha então 48 anos.
Bayard ferido estava na sombra de uma árvore na frente de batalha.
Os chefes inimigos deram ordem de retirada de suas tropas e pararam à frente do
cavaleiro famoso. O chefe de Bourbon, que estava entre eles, dirigiu a Bayard
palavras de compaixão.
“Senhor, lhe disse Bayard, eu vos agradeço. Não tenho necessidade de piedade, eu morro como um
homem honesto, eu morro ao serviço do meu rei; mas é de vós que devemos ter
pena, vós, que toma as armas contra vosso príncipe, contra vossa pátria e vosso
juramento.”
Em seguida se pôs a rezar e morreu invocando o Cristo.
Bayard foi, durante
trinta anos, o modelo da cavalaria medieval e considerado, em toda a Europa,
como o tipo do perfeito cavaleiro. Embora ele nunca combatesse como comandante
em chefe, seu valor irresistível e sua criatividade na ação tática
decidiram várias batalhas,
Francisco I declarou que ele o estimava mais do que a cem capitães
e já se disse que ele valia por todo um exército. Assim, foi chamado
“o cavaleiro sem medo
e sem mácula”
num elogio famoso em francês
Os historiadores o representam como nascido com todas as virtudes
e sem vício algum. Era piedoso, generoso, sem egoísmo, modesto, moderado, puro
e magnânimo. Sua coragem e suas proezas como soldado são de um cavaleiro
romano. Sua generosidade era
principesca, sua cortesia inesgotável.
Bayard é o último representante da cavalaria da Idade Média, tanto
no aspecto católico como no aspecto feudal. Do mesmo modo ele é, talvez, o
último exemplo de um guerreiro que ganha as batalhas por atos pessoais de
habilidade e de coragem.
As novas armas de fogo passaram a ser usadas e foram funestas aos
heróis da Idade Média como Bayard. Com o seu uso o demorado treinamento com a
lança e a espada tornou-se desnecessário. A luta nas batalhas tomou outras
formas. E Bayard, que morreu com um tiro de canhão, não aprovava o uso dessas
armas.
Com ele, acabou a gloriosa
era da cavalaria, depois de uma duração de cerca de 5 séculos, cerca de 500
anos.
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