JUNHO 15. Bourdaloue: a fé em exposições lógicas com
análise da natureza humana
BOURDALOUE
Bourdaloue,
Louis
(nasceu em 1632, em
Bourges, França; morreu em 1704, em Paris;
JESUÍTA NA CONTRA-REFORMA PROTEGENDO O PAPADO DA
SECULARIZAÇÃO
A regeneração moral
com a compressão do egoísmo anti-social
Ver em 0520 C O QUADRO DO MÊS DE S PAULO O CATOLICISMO com
todos os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
Luis Bourdaloue
(1632-1704) nasceu em Bourges, na França. Seu pai era um jurista. Entrou para o
colégio dos jesuítas, onde estudou. Tornou-se um jesuíta em 1648, e em pouco
tempo mostrou sua habilidade para a oratória sagrada. Como professor lecionou
por muitos anos.
Depois de servir nas províncias, foi levado em 1669 para Paris,
onde começou pregando na igreja de São Luis. Em pouco tempo ganhou o título de
o “rei dos pregadores e pregador dos reis”. Bourdaloue é considerado o maior pregador religioso do século 17.
Nessa época o pregador nas igrejas fazia o papel comparável ao dos jornais e
dos meios de comunicação em nossos dias.
A corte de Luís XIV e todas as classes da sociedade vinham ouvir
com arrebatamento seus sermões. Madame de Sévigné em 1680 disse:
“Nós ouvíamos o sermão de Bourdaloue que nos chocava, dizendo as
verdades à rédea solta, falando a torto e a direito contra o adultério:
salve-se quem puder, ele vai sempre em frente”.
Um comentador, Sainte-Beuve, fala de sua grandeza, sua sóbria
beleza e sua moralidade profunda. Apesar de rivais brilhantes, o jesuíta
Bourdaloue mantinha sua posição de destaque na admiração pública e seu caráter
elevado mantinha seu valor. Um contemporâneo disse que sua conduta foi a melhor
resposta às heresias das Lettres
provinciales. As Cartas provinciais,
escritas pelo filósofo e teólogo francês Blaise Pascal, defendiam a posição da
heresia dos jansenistas, que negavam o livre-arbítrio.
Há uma curiosa e famosa citação da justificação de Pascal por ser sua
14ª carta muito longa: “Eu teria escrito essa carta mais curta, mas não tive
tempo.” Portanto, a concisão exige tempo.
Muitas personalidades eminentes, como Condé entre outros,
escolheram o grande pregador jesuíta para dirigir suas consciências. Mas ele se
recusou de cumprir a mesma função para a Madame de Maintenon, poderosa amante
de Luis XIV.
Bourdaloue foi comparado inevitavelmente com seu contemporâneo o
bispo Jacques-Bénigne Bossuet, embora seus estilos e conteúdos fossem muito
diferentes. Bourdaloue sempre escreveu seus sermões, que eram exposições
lógicas com penetração na natureza humana. Nunca bajulou seus fiéis, mas sua
bela voz os deixava fascinados.
Bossuet, cujos sermões dependiam de alguma maneira do estímulo da
ocasião, foi chamado de pregador lírico,
em contraste com os sermões de Bourdaloue, que eram bem preparadas
exposições dialéticas, lógicas, discutidas. Mas hoje Bossuet é mais lido do
que Bourdaloue. Bourdaloue possuía uma grande beleza em sua voz, junto com uma
forte atração de sua personalidade.
Escreveu Bossuet muitas obras, sendo as
mais notáveis A Política Sagrada, em
1671, O Discurso sobre
a Historia Universal de 1681 e o Resumo da Historia da França, de 1670. Ele realizou, pela primeira
vez, a
apreciação filosófica direta do conjunto do passado da sociedade humana.
Com seu Discurso Bossuet
participou do trabalho de preparação da
Sociologia como estudo científico verificável, positivo, da sociedade, com uma
elaboração histórica onde, pela primeira
vez na história, o fenômeno
político é considerado como sujeito
a leis invariáveis, e que, pelo tratamento racional, uns fatos podem ser
determinados pelos outros. O que só se comprova a nível de fenômeno abstrato.
A razão do grande serviço
prestado por Bossuet resulta do objetivo que procurava, que foi propor o estudo
da historia sistemática como a base necessária da educação política.
Bourdeloue ofereceu seus últimos serviços religiosos nos hospitais
e prisões. Morreu em 1704, em Paris, aos 72 anos de idade. Ele foi um dos
membros da Companhia de Jesus, criada por Inácio de Loyola para proteger a
Igreja Católica contra a revolução, que, desde 1300 enfraqueceu e acabou com o
poder do papado, e que teve como resultado a divisão da religião na Europa do
ocidente com os cristãos protestantes e sua constante divisão em numerosas
seitas.
É nessa perigosa era de transição e de revolução em que a
humanidade se acha até hoje, passados 700 anos. Um estado de incertezas e de
revolta geral que exige uma solução corretiva. Pelo estudo do passado sabe-se
em que posição estamos na longa evolução da sociedade humana, que evoluiu por longos
muitos milênios. Então podemos ver de onde os humanos vieram, para onde eles
irão.
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