sexta-feira, 21 de março de 2014

0308 C TUCÍDIDES a cultura mental em Atenas fez o seu povo corajoso

08 DE MARÇO. Tucídides: a história escrita com força e correção

TUCÍDIDES
Thucydides
(nasceu cerca do ano 460 antes da nossa era, em Alimus, na Ática; morreu cerca do ano 400)

GRANDE HISTORIADOR GREGO DA HISTÓRIA DA GUERRA DO PELOPONESO

A evolução intelectual livre Iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga que pensadores livres dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, a encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que somos e que nos envolve.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia.
Nesta segunda semana do mês de Aristóteles se mostram os ideais dos antigos gregos aspirando organizar toda a vida humana com base nas ciências. Ideais colocados por Pitágoras tendo por base a Matemática.
A semana termina no domingo dedicado a Pitágoras, o chefe da semana.

Quadro 0226 C do Mês de Aristóteles da Ciência Antiga.
O quadro mostra os grandes homens representantes da criação da ciência abstrata.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade, preparando
a civilização do futuro.


TUCÍDIDES (460 aC-400 aC) nasceu em Alimus, na Ática. Seu pai era Olorus e pela parte de sua mãe Hegesipyle era aliado ao general ateniense Milcíades.
Conta-se que ainda criança, Tucídides ao ouvir a declamação da história escrita por Heródoto, ficou emocionado até as lágrimas. Ele estudou filosofia com o pensador Anaxágoras.
Tucídides tinha 40 anos quando começou a guerra entre Atenas e Esparta. No oitavo ano dessa guerra ele recebeu o comando de uma frota ateniense destinada a defender uma das mais importantes possessões de Atenas, a cidade de Anfipolis no rio Strymon, contra o general espartano Brasidas. Não tendo conseguido vencer, foi julgado e condenado ao banimento. Ele só veio de volta do exílio 20 anos depois, em 403. A data e o lugar de sua morte não são conhecidos com exatidão. É ao seu exílio que nós devemos a imortal história da guerra do Peloponeso.
Ao mesmo tempo em que ele expõe com cuidado os fatos que se passaram, ano a ano, embaixo de seus olhos, ele dá, nessa história, a prova da mais alta capacidade filosófica, por sua análise e por sua apreciação dos fenômenos sociais que testemunhava. Ele estava convencido da natureza destruidora do conflito entre as duas grandes forças da Grécia. Com o conjunto de fatos cuidadosamente escolhidos, dos quais toda lenda está excluída, torna seu livro atraente e precioso para a posteridade.
FENÔMENO SOCIAL. A compreensão do que é fenômeno social é fundamental para a pesquisa em História e em Sociologia pura ou abstrata. Ciência pura ou abstrata definimos como a pesquisa das leis abstratas, fixas, infalíveis, que se descobrem na relação entre os fenômenos. Esse conceito não é conhecido no ensino oficial em todo mundo, hoje.
Fenômeno social se define como o acontecimento na sociedade que seja comum a todos os indivíduos, independente de seu comportamento pessoal. Isto é, em que suas diferentes atitudes são neutralizadas, anulam-se mutuamente, desaparecem, por sua ação conjunta, recíproca. Como nos fenômenos da Família, da Linguagem, da Propriedade. Na Ciência Aplicada se descrevem os acontecimentos que ocorrem na natureza e na sociedade, como o comportamento coletivo do grupo na prática da Sociologia aplicada ou o comportamento individual na prática da Psicologia aplicada.
Em suma, é importante, é fundamental, em filosofia, notar que as leis abstratas permitem a previsão científica; comparadas às descrições nos catálogos científicos que não permitem previsão, porque não descobrem leis que governem os acontecimentos. Mas, de fato, em exemplos, tanto dos mapas cartográficos na Geografia, como dos catálogos da flora em Botânica, são muito úteis e indispensáveis.
Tucídides descreveu com força o contraste entre Esparta e Atenas. Esparta era uma terra com a educação toda de guerra; Atenas, um Estado de liberdade, onde cada função da vida civil, a guerra, o comércio, a filosofia, a arte, tinham plena atuação. Sua cultura mental não fez o seu povo menos corajoso no perigo nem mais abatido na derrota.
“A vida dos atenienses, eles a davam pelo seu país como se não fossem deles; os seus conselhos, que eles consideravam sua mais cara propriedade, eles a entregavam como brinde.”
Entre eles não havia casta alguma privilegiada, “todos participam dos cargos públicos, todos são livres da dar sua opinião sobre o que convêm ao bem público”.
Tucídides lembra as palavras de Péricles: “Nós não somos intolerantes nem perseguimos alguém por fazer um ou outro estudo; nossa vida é humanizada por festas públicas e um grande refinamento particular; nós cultivamos a beleza sem luxo e a sabedoria sem fraqueza”.
Impressionante é a sua descrição da peste que ocorreu em Atenas; o quadro de impotência das leis durante sua ocorrência e a desmoralização que a acompanha.
Mas de todas as descrições a mais chocante é a da querela furiosa entre o partido dos ricos e o partido democrático em Corcyre. Num conflito que ele mostra como tipo do que se passava por todo lado nas cidades gregas e que deveria continuar até à perda da independência da Grécia primeiro para a Macedônia e depois para Roma.
São as mesmas paixões, os mesmos ódios, privados e públicos, descritos por Tucídides com uma força e correção inimitáveis.


AMANHÃ: Arquitas filósofo matemático e general.


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