DEZEMBRO
23. LAVOISIER: a teoria da combustão como sendo uma oxidação
LAVOISIER
Antoine-Laurent
Lavoisier
(nasceu
em 1743, em Paris; morreu em 1794, em Paris, França)
DESTACADO
CIENTISTA FRANCÊS FUNDADOR DA QUÍMICA MODERNA
FILOSOFIA DA HISTÓRIA.
Este
Calendário Filosófico tornou-se um CURSO
DE FILOSOFIA DA HISTÓRIA. Filosofia da História é a visão geral que os anais
registram dos acontecimentos na sociedade. É verificar quais tendências
resultaram das ações registradas em cada era. É a pesquisa inteligente da
evolução social pela análise dos registros históricos. Observações específicas
completam o conhecimento de Filosofia geral, na arte, na ciência, na tecnologia
e na teoria política aplicada.
O
Calendário Histórico mostra a espontânea, oscilante, irregular, mas contínua
evolução cultural em todos os aspectos da sociedade, no aspecto afetivo,
intelectual e prático. O que é feito por meio pelo estudo das maiores figuras
humanas. Assim os princípios científicos são demonstrados e comprovados por sua
observação e fundamentação empírica nos registros dos anais históricos.
Indica o
calendário a maravilhosa faculdade criadora da sociedade para o melhoramento da
vida humana. Tanto antes como depois do fim do feudalismo da guerra de defesa e
do fim do poder político do papa e da religião medieval. É devido ao desenvolvimento
enciclopédico do conhecimento que prepara a nova civilização pacífica e industrial
moderna. Deve-se notar que os maiores progressos da ciência feitos na
modernidade foram nas teorias abstratas
puras, isto é, relativas aos fenômenos
e não o foram nas simples descrições concretas dos seres. Foi a descoberta das leis
abstratas imutáveis dos
fenômenos no meio da permanente mudança da variável realidade concreta
dos seres. Verificáveis, Imutáveis.
Esta terceira
semana do mês mostra os grandes cientistas do desenvolvimento da Química como
ciência experimental positiva nos anos 1700 e 1800, nos séculos XVIII e XIX. A
Química científicaabstrata, mais complexa, só poderia se desenvolver após a
criação nos anos anteriores da ciência Física, com fenômenos mais simples. Por
depender do conhecimento das leis abstratas desses fenômenos.
O patrono
e chefe de semana é LAVOISIER, por suas pesquisas da oxidação e da combustão e
ainda pela destruição da hipótese do flogístico, um fluido metafísico transcendente
inverificável que explicava a ocorrência da combustão (do grego phloks,
phlogos= chama, flama).
Ver em
1203 C de dezembro 03, o QUADRO DO MÊS DE
BICHAT A Ciência Moderna com os grandes nomes
representativos da evolução social da ciência.
NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.
FELIZ
QUEM HONRA SEUS ANTEPASSADOS
LAVOISIER (1743-1794) nasceu numa família nobre e rica, recebendo uma boa
educação. Seu pai lhe deu uma sólida base em linguagem, filosofia e em
ciências, como em matemática, astronomia, química e botânica. Estudou Direito,
diplomou-se em 1764, mas sempre seu pensamento crítico o dirigia para a
pesquisa científica. Na idade de 21 anos ganhou o prêmio em concurso oferecido
pelo governo da França por seu ensaio sobre os melhores métodos para a
iluminação das ruas de uma cidade.
Lavoisier consagrou-se à pesquisa química, tendo entre seus
estudos iniciais pesquisas sobre a composição do gesso, das rochas e minerais.
Em 1768 ele foi admitido na Academia de Ciências de Paris. Ocupou funções no
governo, tendo sido membro da Fazenda, na coleta de impostos, sendo da comissão
que levou à adoção do Sistema Métrico de Medidas. Por ter sido do governo
monárquico da França e ter títulos de nobreza, na Revolução Francesa ele foi
julgado e decapitado na guilhotina, na metade de sua vida criativa de cientista,
no ponto mais alto e brilhante de seu gênio, em 1794, com 51 anos de idade. Um
lamentável crime de cruéis revolucionários ambiciosos que se repetiria sempre
no futuro, na ruptura das instituições sociais, na quebra da ordem e da paz.
A química encontrada por Lavoisier estava dominada pela antiga hipótese
do FLOGÍSTICO, uma entidade metafísica não comprovada, que explicava fenômenos
como a ferrugem do ferro, a combustão e o calor. A metafísica, é bem
exemplificada nesse caso, ao substituir a ação dos deuses pela atividade de
entidades não humanas, para a explicação e visão do mundo. Dessa forma, o modo
metafísico de filosofar liberta e incentiva a pesquisa científica ao retirar o
tema da área do poder divino, absoluto e eterno, portanto imutável.
O médico e químico alemão Johann Joachim Becher formulou em 1667
a
hipótese do flogístico, mantida por Stahl. Explicava-se que o carvão, rico em
flogístico, juntando-se à ferrugem e ao minério de ferro, se tornava em
ferrugem flogisticada, que era o ferro metálico. O que ocorre é a redução
ou desoxidação do minério pela reação redutora no calor pelo o carvão. Essa
explicação metafísica serviu de base para a partida da pesquisa de Lavoisier na
fundação da química moderna.
Ele estudou o relato de Boyle sobre a calcinação do estanho, que
sofria um aumento de peso. Por meio de longa série de engenhosas experiências,
com o uso da balança, verificou que havia o aumento de peso e a diminuição
correspondente do ar em
contato. A descoberta do oxigênio por Priestley, a análise do
ar atmosférico por Scheele e a determinação da composição da água por
Cavendish, Watt e por ele mesmo, permitiram a Lavoisier explicar a calcinação e
a combustão como uma simples oxigenação e levou a atacar com sucesso a hipótese
do flogístico.
Essa hipótese metafísica indicava um flúido, não físico, não
verificável, transcendente, como o fator produtor da combustão. O nome vem do
grego phlogistós, inflamado. Seria uma hipotética substância
inodora,
incolor
e sem peso que se acreditava ser a parte combustível
de todas as substâncias inflamáveis.
Lavoisier descobriu que as mudanças no peso eram devidas à
absorção ou perdas de “ar”, uma substância que ele chamou de “ar
deflogisticado” identificado por Joseph Priestley em 1774. Numa memória
apresentada em 1777, Lavoisier propôs o nome de oxigênio, que dizer “produtor
de ácido” para o ar deflogisticado. O seu Traité élémentaire de chimie de 1789 apresentou as novas doutrinas
químicas, marcando o fim da teoria do flogístico para a combustão.
Então, em 1785, Berthollet, Fourcroy e Morveau, com Black,
aceitaram as conclusões de Lavoisier, abandonando a hipótese metafísica do
flogístico de Becher e Stahl. Sobre a base colocada por Lavoisier a estrutura
da química moderna foi construída por Davy, com Liebig e Dumas.
Lavoisier elaborou muitos trabalhos importantes, fazendo a queima
de substâncias orgânicas no oxigênio e de acordo com qualidade e quantidade dos
produtos obtidos, ele calculou a composição da substância queimada, assim
colocando as bases da análise orgânica realizada mais tarde por Liebig.
Com a colaboração de Laplace, inventou um calorímetro com o qual
eles fizeram as primeiras determinações precisas do calor específico das
substâncias. O calor específico é a quantidade de calor em calorias necessária
para elevar de um grau a temperatura da massa de um quilograma de uma
substância.
A obra principal de Lavoisier foi a preparação feita para o estudo
científico do fenômeno da VIDA, ao estabelecer a verdadeira teoria da combustão
como sendo o resultado da oxidação, com o consumo de oxigênio. A função da
respiração e a produção do calor animal passaram, a partir desse momento, a
serem compreendidas cientificamente, pela primeira vez.
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