terça-feira, 13 de agosto de 2013

0814 C JACQUES COEUR habilidade comercial e financeira a serviço da pátria

14 DE AGOSTO: Jacques Coeur  o melhor meio de enriquecer é pagar suas dívidas

JACQUES COEUR
Diogo Coeur
(nasceu cerca 1395, em Bourges, França; morreu em 1456, na ilha de Khios, Grécia)

RICO EMPRESÁRIO E ESTADISTA DEDICADO À JUSTIÇA E À PROTEÇÃO DO TRABALHADOR

A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura do feudo e a seu barão. Entre os anos 700 e 1000 ocorre a libertação dos servos, que se tornam comerciantes e artesões na manufatura de bens de necessidade imediata. O que ocorre nos burgos, povoados formados fora das muralhas dos castelos. Nasce então a burguesia.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era demandado pelas necessidades imediatas. Desse modo foi iniciada a organização inicial da indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do ano 1001, já foi reconhecida a indústria moderna, instituída no sistema econômico do capitalismo. Que a seguir foi empregado com sucesso em todo mundo ocidental. Desde antiguidade no comercio a troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam com os lucros e as perdas do negócio. Essa forma natural de operação é o capitalismo, em que os meios para sua operação são de propriedade particular, o risco sendo remunerado pelo lucro. Com a universalização dos negócios pela globalização o capitalismo está formalizado em todo mundo.
Nesta primeira semana comemoramos os grandes exploradores por terra e por mar, que nos fazem conhecer a extensão do planeta. A influencia do comercio sobre o governo político tem por tipos Jacques Coeur e Gresham. A aplicação da ciência abstrata à navegação se vê em Napier e Briggs.
Ver em 0813 01 C  O QUADRO DO MÊS GUTENBERG, A INDÚSTRIA MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

JACQUES COEUR (1395-1456) nasceu em Bourges, uma cidade francesa dedicada ao comércio e à fabricação de tecidos. Era filho de um comerciante de couro.
Coeur fez fortuna no comércio com os árabes, um negócio em que os concorrentes do mar Mediterrâneo tinham, então, monopólio. Seus lucros foram tão elevados que se supõe terem sido maiores do que os lucros de todos os demais comerciantes somados.
O rei Carlos VII de França reconheceu sua habilidade financeira e o nomeou como seu ministro da moeda. No ano seguinte ele tornou-se o tesoureiro do rei e dirigiu desde então por 15 anos as finanças do reino de França.
Durante a ocupação inglesa a moeda francesa foi muito alterada e ficou sujeita a flutuações súbitas e freqüentes que perturbavam a administração pública e também os negócios dos particulares. A propriedade não era mais uma garantia contra a violência. Os impostos e as funções públicas serviam de meios fraudulentos para enriquecer os particulares e para prejudicar o Estado.
Jacques Coeur, com o consentimento do rei, fez nascer a ordem a partir do caos. A partir de então, qualquer um poderia percorrer o país com as mãos cheias de ouro sem correr nenhum perigo. Ele restabeleceu a regularidade da moeda e fez justiça nas finanças. Ele sustentava que o melhor meio de enriquecer, tanto para os reis como para o povo, é pagar suas dívidas.
Jacques Coeur foi coberto de honrarias. Recebeu títulos de nobreza, embaixadas importantes. Seu filho tornou-se arcebispo da cidade de Bourges. No governo ele teve a habilidade de servir ao rei e também aos seus próprios interesses comerciais. Tinha acesso direto ao rei e à corte, e à informação sobre todos os negócios e mercadorias. Seus armazéns estocavam tecido, seda, jóias, armaduras e especiarias do oriente. Comerciava sal, trigo e lã da Escócia. Tinha em Montpelier uma bolsa para comerciantes. Em Florença obteve o registro na corporação comercial da seda, a Arte della Seta e montou uma manufatura de seda. Possuía um corpo de vendedores, de carros e até navios no Mediterrâneo. Ele tinha o apoio político do rei Alfonso V, de Aragão e do governo das cidades de Gênova, Florença e Barcelona. Tinha ainda o suporte dos papas, que autorizaram seu comércio com os mouros de Alexandria.
Ele foi capaz de emprestar ao rei uma grande soma de seu próprio dinheiro para sustentar a guerra contra a Inglaterra. Todos os nobres em dificuldades lhe deviam dinheiro. Ele comprou vastos terrenos e, na sua cidade natal Bourges comprou um hotel admirável por seu esplendor.
O seu luxuoso estilo de vida, sua riqueza, seus títulos, sua influência eram impressionantes. Coeur dessa forma tornou-se o alvo da inveja e do ciúme.
No pico de sua prosperidade ele rapidamente caiu. Foi preso com a acusação de ter envenenado Agnes Sorel, a amante do rei. A acusação era falsa e foi abandonada, mas os magistrados, invejosos de sua fortuna, tramaram outras acusações. Teria vendido armas aos árabes; teria entregado aos infiéis um escravo cristão que se refugiara a bordo de um de seus navios; seria culpado de mau uso do dinheiro do governo em vários negócios.
Depois de um processo como esse, ele foi condenado à prisão e ao confisco de seus bens. Em 1455 ele fugiu para Roma, onde o papa Nicolau V o recebeu com cordialidade. Tomou parte numa expedição contra os turcos e morreu em 1456 na ilha de Khio, no mar Egeu.
Era o período de recuperação da França depois da guerra dos Cem Anos. Jacques Coeur deixa um exemplo importante da ação de um empresário bem sucedido que realiza o progresso social do trabalhador na atividade comercial.



AMANHÃ: A descoberta do caminho marítimo para a Índia: Vasco da Gama.

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