14 DE AGOSTO: Jacques
Coeur o melhor meio de enriquecer é
pagar suas dívidas
JACQUES COEUR
Diogo Coeur
(nasceu cerca 1395, em
Bourges, França; morreu em 1456, na ilha de Khios, Grécia)
RICO EMPRESÁRIO E
ESTADISTA DEDICADO À JUSTIÇA E À PROTEÇÃO DO TRABALHADOR
A INDÚSTRIA MODERNA
Nos últimos anos da idade média
foram libertados os servos da gleba, trabalhadores rurais ligados à agricultura
do feudo e a seu barão. Entre os anos 700 e 1000 ocorre a libertação dos
servos, que se tornam comerciantes e artesões na manufatura de bens de
necessidade imediata. O que ocorre nos burgos, povoados formados fora das
muralhas dos castelos. Nasce então a burguesia.
FORMAÇÃO DO SISTEMA ECONÔMICO DO CAPITALISMO
A atividade nos burgos pelos
artesãos libertados do trabalho agrícola no feudo produzia o que era demandado
pelas necessidades imediatas. Desse modo foi iniciada a organização inicial da
indústria e do comercio.
A partir do século XI, a partir do
ano 1001, já foi reconhecida a indústria
moderna, instituída no sistema econômico do capitalismo. Que a seguir foi
empregado com sucesso em todo mundo ocidental. Desde antiguidade no comercio a
troca era feita em liberdade pelos proprietários das mercadorias que ficavam
com os lucros e as perdas do negócio. Essa forma natural de operação é o capitalismo, em que os meios para sua
operação são de propriedade particular, o risco sendo remunerado pelo lucro.
Com a universalização dos negócios pela globalização o capitalismo está
formalizado em todo mundo.
Nesta primeira semana comemoramos
os grandes exploradores por terra e por mar, que nos fazem conhecer a extensão
do planeta. A influencia do comercio sobre o governo político tem por tipos
Jacques Coeur e Gresham. A aplicação da ciência abstrata à navegação se vê em
Napier e Briggs.
Ver em 0813 01 C O QUADRO DO MÊS GUTENBERG, A INDÚSTRIA
MODERNA, com os grandes tipos humanos do mês.
NOSSOS
ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores
figuras humanas na antiguidade
que
prepararam a civilização do futuro.
JACQUES COEUR (1395-1456) nasceu em Bourges, uma cidade francesa dedicada
ao comércio e à fabricação de tecidos. Era filho de um comerciante de couro.
Coeur
fez fortuna no comércio com os árabes, um negócio em que os concorrentes do mar
Mediterrâneo tinham, então, monopólio. Seus lucros foram tão elevados que se
supõe terem sido maiores do que os lucros de todos os demais comerciantes
somados.
O
rei Carlos VII de França reconheceu sua habilidade financeira e o nomeou como
seu ministro da moeda. No ano seguinte ele tornou-se o tesoureiro do rei e
dirigiu desde então por 15 anos as finanças do reino de França.
Durante
a ocupação inglesa a moeda francesa foi muito alterada e ficou sujeita a
flutuações súbitas e freqüentes que perturbavam a administração pública e
também os negócios dos particulares. A propriedade não era mais uma garantia
contra a violência. Os impostos e as funções públicas serviam de meios
fraudulentos para enriquecer os particulares e para prejudicar o Estado.
Jacques
Coeur, com o consentimento do rei, fez nascer a ordem a partir do caos. A
partir de então, qualquer um poderia percorrer o país com as mãos cheias de
ouro sem correr nenhum perigo. Ele restabeleceu a regularidade da moeda e fez
justiça nas finanças. Ele sustentava que o melhor meio de enriquecer, tanto
para os reis como para o povo, é pagar suas dívidas.
Jacques
Coeur foi coberto de honrarias. Recebeu títulos de nobreza, embaixadas
importantes. Seu filho tornou-se arcebispo da cidade de Bourges. No governo ele
teve a habilidade de servir ao rei e também aos seus próprios interesses
comerciais. Tinha acesso direto ao rei e à corte, e à informação sobre todos os
negócios e mercadorias. Seus armazéns estocavam tecido, seda, jóias, armaduras
e especiarias do oriente. Comerciava sal, trigo e lã da Escócia. Tinha em
Montpelier uma bolsa para comerciantes. Em Florença obteve o registro na
corporação comercial da seda, a Arte della Seta e montou uma manufatura de
seda. Possuía um corpo de vendedores, de carros e até navios no Mediterrâneo.
Ele tinha o apoio político do rei Alfonso V, de Aragão e do governo das cidades
de Gênova, Florença e Barcelona. Tinha ainda o suporte dos papas, que
autorizaram seu comércio com os mouros de Alexandria.
Ele
foi capaz de emprestar ao rei uma grande soma de seu próprio dinheiro para
sustentar a guerra contra a Inglaterra. Todos os nobres em dificuldades lhe
deviam dinheiro. Ele comprou vastos terrenos e, na sua cidade natal Bourges
comprou um hotel admirável por seu esplendor.
O
seu luxuoso estilo de vida, sua riqueza, seus títulos, sua influência eram
impressionantes. Coeur dessa forma tornou-se o alvo da inveja e do ciúme.
No
pico de sua prosperidade ele rapidamente caiu. Foi preso com a acusação de ter
envenenado Agnes Sorel, a amante do rei. A acusação era falsa e foi abandonada,
mas os magistrados, invejosos de sua fortuna, tramaram outras acusações. Teria
vendido armas aos árabes; teria entregado aos infiéis um escravo cristão que se
refugiara a bordo de um de seus navios; seria culpado de mau uso do dinheiro do
governo em vários negócios.
Depois
de um processo como esse, ele foi condenado à prisão e ao confisco de seus
bens. Em 1455 ele fugiu para Roma, onde o papa Nicolau V o recebeu com
cordialidade. Tomou parte numa expedição contra os turcos e morreu em 1456 na
ilha de Khio, no mar Egeu.
Era
o período de recuperação da França depois da guerra dos Cem Anos. Jacques Coeur
deixa um exemplo importante da ação de um empresário bem sucedido que realiza o
progresso social do trabalhador na atividade comercial.
AMANHÃ:
A descoberta do
caminho marítimo para a Índia: Vasco da Gama.
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