segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

0215 FEDRO fetichismo, amuletos e encantadoras fábulas

FEVEREIRO 15. Fedro: Escritos de fábulas e poemas.

FEDRO
Phaedrus, Phèdre
(nasceu cerca do ano 15 antes da nossa era na Macedônia; morreu no ano 50 da nossa era, na Itália)
POETA ROMANO ESCRITOR DE FÁBULAS LATINAS VERSIFICADAS

Redução do poder político totalitário da religião
pela derrota da Teocracia oriental.
Na Grécia a arte coordenou a política militar num período histórico crítico. Nessa época foi eliminado pela primeira vez no mundo o total poder político e mental da casta hereditária e secreta dos sacerdotes das teocracias. Para sempre.
Foi o politeísmo militar grego contra o politeísmo sacerdotal oriental.
A arte gera emoções, cria visões de progresso, visões do futuro.
A arte tem, desse modo, o poder de antever o progresso, de criar novos ideais. É um poder profético natural, criado por humanos. Mas não é a profecia sobrenatural mágica, dos antigos.
Estão nesta semana autores cômicos e satíricos da Grécia e de Roma, reunidos porque, a esse respeito a obra de Roma pode ser comparada àquela dos gregos. O mesmo não pode ser dito para as artes da forma ou para a tragédia. Os autores de fábulas figuram aqui por continuarem a comédia dos costumes humanos.
A semana tem como chefe Aristófanes no domingo que a termina.
Ver em 0129-01 Quadro do Mês de Homero, a Poesia Antiga,
com os grandes tipos representantes do mês.

FEDRO era originário da Macedônia tendo sido levado muito jovem como escravo para Roma no tempo de Júlio César. A tradição diz que ele foi escravo do Imperador Augusto tornando-se um homem livre na casa do Imperador, quando recebeu a educação dos romanos na leitura dos autores gregos e romanos.
Ele viveu no tempo de Tibério, de quem fala em seus poemas. Sejan, o ministro forte de Tibério teve por ele um ódio implacável. Os versos de Fedro são principalmente versões das fábulas de Esopo com adição de histórias originais e contemporâneas. Ele forneceu ao mundo dos romanos essa forma de literatura com toda imaginação que Esopo difundiu na Grécia.
Fedro obteve grande renome como escritor de fábulas em versos com a métrica iâmbica. A versificação com a métrica iâmbica é feita de modo que cada sílaba átona vem antes da sílaba tônica. As suas fábulas contam as conhecidas histórias da raposa que desprezam as uvas, do lobo com o cordeiro, a fábula do leão com a parte do leão e muitas outras famosas histórias moralizantes com os animais.
Os poemas de Fedro combinam o encanto dos animais que pensam e falam com sua missão de ensino, o que os tornam de grande e duradouro valor. Poetas como Ênio, Lucílio e Horácio introduziram fábulas em seus poemas, mas Fedro foi um pioneiro em Roma nesse gênero.
Na Idade Média, as fábulas de Fedro se tornaram muito populares. Várias publicações em prosa e em verso foram muito populares na Europa. Uma coleção chamada de “Rômulus” foi a base para elas. A identificação de Fedro como o autor dos textos foi perdida, dando a falsa impressão de que o autor seria Rômulus. Só nos anos 1700 é que foi encontrado um documento na Itália com 64 fábulas de Fedro. Outros documentos confirmaram essa descoberta e mais 30 fábulas foram achadas com os versos na métrica iâmbica usada por Fedro.
Estão preservadas até hoje mais 90 fábulas de Fedro. Ele foi o primeiro poeta a traduzir e versificar para a língua latina livros inteiros de fábulas, que circularam então com o nome do autor grego Esopo.
Mais de duzentas histórias chamadas fábulas de Esopo constam de publicações modernas. É impossível discriminar quais foram seus autores. Sabe-se que os recursos de idealização poética foram somados gradativamente. A participação de Fedro foi feita na versificação das fábulas, somadas a fábulas de sua autoria. Fedro também produziu fábulas que contam fatos de sua época, com sátiras da política dos romanos.
As fábulas de Fedro são escritas em linguagem simples e mostram o seu ensino de bons costumes e de moralidade de forma clara. Ele entregou aos romanos, à Idade Média e à modernidade as belas e tocantes lições de moralidade e de bons costumes que Esopo começou a difundir na Grécia antiga, a partir de origens muito mais antigas nas eras pré-históricas.
A imaginação das coisas e dos animais com vida e com qualidades humanas é a primeira das religiões criadas espontaneamente na pré-história pelos homens. É a grande capacidade poética do fetichismo, com o feitiço de seus poderosos amuletos e de suas encantadoras fábulas.


AMANHÃ: O ideal de virtude nas sátiras de Juvenal.

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