0328 ERASISTRATO
28 DE MARÇO. Erasistrato: A dissecação do corpo humano.
ERASISTRATO
Erasistratus de Ceos
(nasceu cerca do ano 300 antes da nossa era, em Julis, na ilha de Ceos, agora Keos, no mar Egeu, Grécia; morreu cerca do ano 250)
MÉDICO E ANATOMISTA GREGO PAI DA FISIOLOGIA
O início do estudo ABSTRATO nas ciências foi realizado pela primeira vez no mundo pelos gregos. Outros já tinham feito a medição dos campos, dos terrenos e já tinham calculado as dimensões da pedras para a construção de seus templos. Mas só com Tales e aqueles que o sucederam os gregos tiveram o mérito de, por meio e sua imaginação, retirar, por abstração, as linhas e os ângulos que formam os objetos. Linhas e ângulos são propriedades percebidas pelos sentidos, não são objetos que exitam na natureza ou coisas que se possam fabricar.
A função cerebral da abstração é a forma mais complexa da capacidade da inteligência humana. Envolve a observação abstrata e a elaboração abstrata. O progresso da ciência em todos os tempos se acelera com aplicação da pesquisa abstrata. O psicólogo Jean Piaget(1896-1980) confirmou experimentalmente que as crianças só conseguem pensar abstratamente após cerca da idade de sete anos. O mesmo já se tinha verificado com os povos primitivos. Somente quando evoluem do feiticismo, da magia ou animismo é que conseguem pensar no politeísmo em deuses, que são conceitos abstratos, dotados de propriedades superiores, de enorme poder. Se assim é, somente povos politeístas poderiam chegar a desenvolver a abstração científica. Os politeístas da Teocracia Oriental, embora capazes de criar seus deuses abstratos, não o conseguiram, talvez por ser a casta sacerdotal o poder político totalitário impedindo a iniciativa da livre pesquisa dos leigos.
A primeira semana do Mês consagra os sábios que pesquisaram a medicina e a ciência biológica preliminar que resultou dessas pesquisas. Ali figuram os nomes dos principais anatomistas da universidade de Alexandria no Egito e daqueles entre os autores árabes que escreveram sobre medicina. A presidência da semana é de Hipócrates, que no domingo encerra a semana.
ERASISTRATO nasceu em Julis, na ilha de Ceos, na Grécia. Fontes da época, não desmentidas, dizem que ele era filho de Pythias, filho de Aristóteles.
Ele estudou com Teofrasto. Viveu algum tempo na corte do rei da Síria Seleucus I, conhecido como Nicator (em grego “o conquistador”) que reinou do ano 301 antes da nossa era até o ano 280. Ali ele ficou famoso quando curou o filho do rei de uma afecção nervosa, pela descoberta de seu amor por Stratonice.
Os grandes trabalhos de Erasistrato foram realizados em Alexandria, no Egito, então no mais alto ponto de seu ardor cultural, sob o patrocínio do rei Ptolomeu Soter. Ele fundou uma escola de anatomia na cidade.
Consagrou-se aos estudos anatômicos e especialmente à dissecação do corpo humano, realizando, segundo a tradição, a vivisecção sobre os criminosos, embora não se tenha notícia do resultado que ele obteve por esse meio.
Eresistrato produziu muitas obras sobre a anatomia e a medicina, mas só conhecemos esses trabalhos pelas citações de Celso, de Galeno e de outros autores. Segundo essas informações, ele retificou certos conhecimentos sobre as relações anatômicas do coração e dos grandes vasos que ficam em comunicação com esse órgão. Ele ainda atribuía às artérias a função de recolher o ar dos pulmões para o distribuir a todo o corpo. Do mesmo modo como Herófilo, seu contemporâneo, ele deu grande atenção à anatomia do sistema nervoso e no que se refere a suas funções, completou o que Aristóteles havia escrito.
Erasistrato acreditava que os nervos transportavam o “espírito do nervo” vindo do cérebro e que as artérias transportavam o “espírito animal” criado pelo coração com o ar que vinha dos pulmões. Ele descreveu corretamente a função da epiglote e das válvulas do coração, inclusive da tricúspide, a que ele deu o nome. Foi o primeiro grande defensor do pneumatismo, que supunha que a vida era associada com um vapor sutil chamado pneuma.
Os médicos de Alexandria como Herófilo e Erasistrato foram os primeiros a fazer dissecações de cadáver para o estudo de doenças 3 séculos antes da nossa era. Mas foi o médico Galeno na Grécia que usou a autópsia nos anos 200 da nossa era, pela primeira vez, para relacionar os sintomas apresentados pelos pacientes com o que era achado no exame dos órgãos afetados no seu cadáver. Esse foi o grande passo realizado e que tornou usada a autópsia, rompendo uma grande e antiga barreira ao progresso da medicina.
Alguns papiros do Egito contêm o estudo sistemático da anatomia, feitos cerca dos anos 1600 antes da nossa era, sobre as maiores vísceras, mas sem indicar as suas funções. Esse foi o conhecimento do médico grego Hipócrates nos anos 400 antes de nossa era. Cem anos depois, Aristóteles produziu grande avanço com o estudo da anatomia dos animais. Mas os primeiros progressos da anatomia científica foram feitos por Herófilo e Erasistrato. Poucos avanços foram alcançados pelos antigos romanos e pelos árabes. Outros progressos da anatomia só seriam feitos depois dos anos 1500, século XVI, da nossa era.
AMANHÃ: O latim de Celso o médico e cirurgião romano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário