26 DE FEVEREIRO: Anaximandro filósofo e cientista no calendário histórico.
ANAXIMANDRO
Anaximander
(nasceu no ano 610 antes da nossa era, em Mileto, hoje na Turquia; morreu no ano 546)
FILÓSOFO GREGO INVENTOR DA CARTOGRAFIA E DA COSMOLOGIA
A evolução intelectual da sociedade humana libertada do regime da Teocracia oriental, iniciando a criação da ciência pura abstrata.
Pela primeira vez no mundo acontece nas cidades da Grécia Antiga pensadores dedicaram sua vida a pesquisar o homem e o mundo. Isto é, encontrar os fatos gerais e princípios que governam tudo que nos envolve. Mas a explicação não se baseou na vontade arbitrária dos deuses, mas foi feita usando a observação dos fatos. Antes a observação se destinava a conhecer a vontade dos seus poderosos deuses.
Desde o século 7º ao 5º antes da nossa era homens como Tales, Anaximandro, Heráclito, Demócrito se consagraram a fazer o universo explicado aos humanos. Eles expuseram a filosofia e criaram a ciência como duas forças novas para o progresso da humanidade.
A criação dos sábios gregos apresenta duas fases: a primeira, de Tales a Aristóteles estudou a filosofia unida à ciência. A segunda fase se deu depois de Aristóteles em diante desenvolvendo a ciência separada da filosofia. Seu estudo se enfraqueceu.
A primeira semana do mês representa o nascimento do pensamento grego, durante o qual se tentou explicar o universo por algum princípio físico. Ao mesmo tempo a ciência positiva, segura, comprovada da Geometria se desenvolvia gradualmente. Tales é o principal representante da época.
A semana termina no domingo, com Tales como seu chefe. Ver o Quadro 0226-1 do mês postado em 25 de fevereiro.
ANAXIMANDRO nasceu em Mileto, na Ásia Menor. Ele é um dos pensadores que continuaram a obra de Tales, também nascido em Mileto. A escola filosófica Jônica ou Milesiana, fundada por Tales nos anos 500 antes de Cristo, foi a primeira escola da filosofia grega, com pensadores emancipados das crenças religiosas.
O nome de Tales lembra o período em que o pensamento dos gregos, rompendo com a religião dos deuses, colocou as bases da ciência ao procurar a explicação natural do mundo e dos fenômenos dos corpos. Na velhice de Tales sua influência pessoal chegou a Anaximandro, que sem dúvida ficou devendo a ele o exemplo vivo do novo pensamento científico.
Mas a solução do problema do universo que Tales deu não satisfazia a Anaximandro. Constatando que o mundo é uma cena de mudanças continuadas, de desenvolvimento de uma parte, de dissolução de outra parte, ele foi levado a pensar que a matéria existe em certo estado simples de onde procedem todas as coisas e ao qual estado elas retornam. Mas, com uma sábia hesitação ele evitou de explicar em termos precisos qual seria esse estado original.
Anaximandro sentiu que nem a água, nem o ar, nem o fogo, nem alguma outra coisa conhecida poderia ser a matéria única do princípio do universo. Tudo que há é limitado e complexo, existe apenas um tempo e morre, ao passo que a matéria do princípio deve ser infinita, sem forma e eterna.
Não nos seria suficiente conceber a natureza em sua forma mais simples. A matéria tem qualidades tais como o frio e o quente, o úmido e o seco, que não parecia a Anaximandro serem passíveis de serem analisadas e que eram então primordiais. A matéria então é inerte, mas sem uma força originária ela não poderia se modificar nem se desenvolver. Enfim, em vista das profundas diferenças das coisas ele sentiu que não havia algum motivo de reduzir tudo a um só elemento, como fez Tales.
Anaximandro concebeu então a substância originária como a soma dos elementos das coisas diferentes existentes numa massa sem forma, possuindo as qualidades primordiais e sobre as quais agiria uma força oculta. Esses elementos, ao se combinarem com a massa ou ao se separarem dela, formam as coisas individuais. Mas a separação é apenas temporária. Numa linguagem que nos lembra como era então estreita a aliança entre a filosofia e a poesia, Anaximandro diz: “disso resulta que todas as coisas chegam a ser, depois se combinam e são ainda dissolvidas para que cada uma por sua vez pague à outra a dor da injustiça”.
A frase indica que nem o quente nem o frio prevalecem permanentemente, sendo que cada um “paga reparações” para que haja um equilíbrio entre eles. Só essa sentença de Anaximandro chegou até nós, de modo que o registro de suas descobertas foi feito por escritores que se seguiram.
A influência da época anterior está ainda presente em Anaximandro. O princípio do universo, infinito e sem forma, lembra o Oceano de Homero e o caos de Hesíodo, mas para Anaximandro é menos um tema de crença fixa do que o estabelecimento do limite imposto pelo saber de sua época à divagação do pensamento. A ciência, ele sentiu, deveria procurar a redução de um por um o número dos diferentes elementos e não começar pela suposição que são todos apenas formas diferentes de um único e mesmo princípio.
Diógenes atribui a Anaximandro a invenção do relógio solar e Plínio diz que ele descobriu a inclinação da eclítica. Assim se mostra que Anaximandro se ocupava tanto da ciência como da filosofia.
AMANHÃ: Anaximenes de Mileto.
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