sábado, 1 de dezembro de 2012

1202 02 B BICHAT as bases da Histologia e da Anatomia Patológica


DEZEMBRO 02. FRANÇOIS BICHAT: Pioneiro na pesquisa das células dos corpos vivos.

BICHAT
Marie-François-Xavier Bichat
(nasceu em 1771 em Thoirette, na França; morreu em 1802, em Lyon, na França)

ANATOMISTA E FISIOLOGISTA FRANCÊS O MAIOR DOS BIOLOGISTAS FUNDADORES




Damos o nome de CIÊNCIA MODERNA ao conhecimento seguro, positivo, confiável, como o saber que pode ser provado, comprovado, reproduzido. É a ciência positiva verificável. Com essa condição, excluímos na Ciência Moderna as hipóteses fantasiosas, as ciências ocultas, a superstição, a visão transcendente fora da experimentação, o paranormal, os relatos da tradição não comprovados, por mais antigos e respeitáveis que sejam seus livros e seus autores, divinos ou humanos.
Este mês da Ciência Moderna registra os representantes que prepararam o extraordinário progresso científico dos anos 1800, século XIX. Foi quando se desenvolveram as ciências humanas com o estudo científico dos problemas e soluções para a Sociologia e da Psicologia. Essa nova era de positivação científica teve base no progresso da Biologia, porque o estudo dos grupos sociais de seres vivos nas ciências humanas depende do conhecimento e da nova metodologia da ciência da vida. Novos métodos de pesquisa científica foram desenvolvidos, logo incorporados às metodologias antes aplicadas no estudo da matéria inerte.
Na ciência da Grécia antiga os conhecimentos astronômicos tiveram grande desenvolvimento. Mas durante a Idade Média a cultura religiosa teve prioridade no aperfeiçoamento da sociedade. Com a doutrina de Paulo de Tarso a importância era dada aos sentimentos e à moralidade, ao espírito, com abandono da matéria, pela doutrina de Graça divina. Mas só na Renascença a doutrina do movimento da terra foi difundido com sérias conseqüências contrárias às crenças religiosas. Essa a razão que motivou o processo da Santa Inquisição contra Galileu. Mas para a ciência proporcionou enorme progresso para os conhecimentos geométricos e astronômicos. A Astronomia teve grande importância na antiguidade.
Na modernidade a moderna ciência da Biologia assume esse importante papel como fundamento do progresso científico. Baseado na Física e na Química, o estudo dos seres vivos é o preâmbulo das ciências humanas. A importante conseqüência é dirigir os estudos do ser humano nas mais complexas ciências. É a afirmação de um humanismo científico na direção da sociedade.
Nesta semana mostram-se os fundadores da Astronomia e da Física, compreendendo a Mecânica, a Acústica, a Eletricidade. Aqui estão os fundadores da Astronomia Moderna, Copérnico, Kepler e Tycho-Brahe. Está Huyghens que, depois de Galileu, e o principal fundador da Mecânica Celeste. Bradley calculou a velocidade da luz; Volta com a descoberta da eletricidade dinâmica. A semana é presidida por Galileu.

BICHAT (1771-1802) nasceu em Thoirette, no departamento de l’Ain, no leste da França. Seu pai, que era médico, o enviou para Lion, para estudar medicina, embora ele tivesse mostrado desde cedo gosto pela matemática. Estudou anatomia e cirurgia com Marc-Antoine Petit, cirurgião-chefe no hospital Hôtel Dieu em Lion.
Em 1793 tornou-se aluno e depois assistente do grande especialista na arte da cirurgia Pierre-Joseph Desault, que reconheceu seu gênio e o adotou como filho. Bichat, em reconhecimento, recolheu e editou as obras de seu mestre, completando seus textos no Journal de Chirurgie, com a biografia de Desault, dois anos após a sua morte ocorrida em 1795.
Ele abriu uma escola de anatomia e realizou, com uma energia de que não há exemplo na história da ciência a série de investigações anatômicas e experiências sobre as quais estão baseadas as descobertas de Bichat. O seu ardor afetou a sua saúde e uma queda acidental dentro do hospital do Hôtel-Dieu provocou sua morte em 1802, com apenas 31 anos de idade.
As duas grandes obras de Bichat são: a Anatomie génerale publicada em 1801 e as Recherches physiologiques sur la vie et la mort publicadas em 1800. No prefácio da Anatomie génerale, Bichat se coloca em posição em relação à escola materialista de Boerhaave, que tratava a biologia como uma simples conseqüência da Física, e em relação à escola metafísica e espiritualista que explicava a vida por entidades imaginárias tais como a alma, o arcano, o princípio vital e outros entes metafísicos.
Colocando-se entre as duas escolas, Bichat definiu com precisão de mestre o ponto de vista científico. Ele não tentava explicar a constituição íntima da vida, como não se procura explicar a composição íntima da gravitação. O objetivo é observar e coordenar os fatos da vida. Em seguida ligam-se esses fatos tão rigorosamente como possível com as estruturas em que eles ocorrem e com o meio que os envolve.
A definição do fenômeno vida deixa de ser um mistério dos deuses, uma dádiva divina, para ser a descrição do que só ocorre nos seres vivos e nunca nos outros seres.
A vida tem sua definição científica:
Vida é o movimento contínuo e espontâneo de assimilação e desassimilação.
Essa definição, como deve ser, expressa a propriedade mais simples que só a coisa a definir apresenta e que as outras coisas não apresentam.
Bichat foi o primeiro pesquisador a registrar as diferenças de composição entre as várias partes do corpo vivo e foi o primeiro a usar o termo de TECIDO em biologia. Bichat isolou 21 tipos de tecido no corpo humano e seu trabalho tornou-se a base da Histologia e da Anatomia Patológica modernas. A Histologia é o importante estudo da composição e estrutura dos tecidos orgânicos. A Anatomia Patológica estuda as estruturas dos tecidos nos órgãos doentes.
Bichat foi o maior dos biologistas, ao conduzir o ajuste sistemático dos aspectos estáticos e dinâmicos dos corpos vivos, com profundo significado enciclopédico, do conhecimento interdisciplinar. As pesquisas sobre os tecidos do corpo humano lideraram os trabalhos de seus sucessores, como o de Theodor Schwann (1810-1882), que completou a teoria celular em 1839, estendendo a teoria das células vegetais de Mathias Schleiden da Universidade de Jena, na Alemanha.
A Biologia se tornou a ciência mais importante na modernidade, assim como a Astronomia foi a mais importante na antiguidade. Porque a Biologia é a base para o estudo das ciências humanas, como sua base necessária.
Não é no mundo exterior que os homens encontraram a explicação de sua vida. Mas foi a Biologia que constituiu o caminho evolutivo para encontrar a explicação da finalidade da vida humana.
A finalidade da vida humana se encontra, em todos os tempos, na sociedade, determinando os princípios iniciais e finais do conhecimento humano, no próprio humanismo social. Indispensável e inevitável é a necessária unidade do sentimento, pensamento e ação feita em torno da humanidade, do homem em sociedade, no humanismo moderno.


AMANHÃ: O gênio que no estudo do céu deu movimento aos astros: JOHANNES KEPLER.

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