segunda-feira, 30 de setembro de 2013

1001 C PERGOLESI extraordinário nas óperas suave e tocante na música religiosa

01 DE OUTUBRO. Pergolesi: o sofrimento de Maria ao pé da cruz no Stabat Mater

PERGOLESI
Giovanni Battista Pergolesi
(nasceu em 1710, em Jesi, Itália; morreu em 1736 em Pozzuoli, Itália)

GENIAL COMPOSITOR ITALIANO NA FUNDAÇÃO DA ÓPERA MODERNA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Nesta quarta semana estão lembrados os grandes mestres da aliança da música com o teatro. Estão representados de Palestrina até Rossini. Mas a lista não se limita aos compositores de óperas.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


PERGOLESI (1710-1736) foi um gênio precoce, nascido em Jesi, nos Estados romanos em 1710, da família Draghi, sem grandes posses. Tendo se mudado para Jesi vindo de Pérgola, a família ficou conhecida como os Pergolesi, os que vieram de Pérgola, da província de Marches, na Itália.
Ele estudou no Conservatório dei Poveri em Nápoles em 1726, onde se destacou por sua extraordinária capacidade como violinista. Em 1732 foi indicado como maestro di cappella do príncipe de Stigliano em Nápoles e escreveu uma ópera cômica, Lo frate ‘nnammorato, e uma missa, ambas bem recebidas. Em 1733 sua ópera séria Il prigionier superbo foi produzida, mas foi o intermezzo La Serva Padrona, A Empregada Feita Patroa, posta entre os atos da ópera é que obteve sucesso.
O intermezzo A Serva Patroa ficou famosa. Ela serviu como o tipo da ópera cômica, dita ópera buffa, em toda a Europa. Assim ele assim introduziu o uso de tomar temas de ópera na vida moderna tanto quanto nos tempos heróicos.
Em maio de 1734 Pergolesi foi a Roma para dirigir a execução de sua Missa em Fá. Em 1736 ele deixou Nápoles, indo para o mosteiro Capuchinho em Pozzuoli, perto de Nápoles onde ele acabou seu último trabalho, o celebrado Stabat Mater, até hoje muito executado. É baseado no poema latino “Stabat Mater Dolorosa”, descrevendo o sofrimento da Virgem Maria aos pés da cruz.
Pergolesi morreu em extrema pobreza, sofrendo grandes decepções, além da doença e do trabalho, com apenas 26 anos, em 1736, sendo enterrado na catedral de Pozzuoli.
Logo após sua morte, ele tornou-se alvo de um grande entusiasmo e, durante todo o século 18 sua merecida fama se desenvolveu muito.
A opereta Serva Padrona foi representada em Londres em dois diferentes teatros durante muitos anos. É um exemplo quase único de um sucesso que se conserva até nossos dias. A opereta é um intermezzo muito simples, sendo apresentada com dois personagens e uma orquestra de cordas. Mas é uma peça de uma graça e frescor delicioso. Um crítico disse a respeito que o lustro do gênio de Pergolesi brilha a cada gesto e o conjunto da obra tem o caráter de uma inspiração continuada.
A importância histórica de Pergolesi é grande, por ter ele tido a principal parte na fundação da ópera moderna. O seu Stabat e outras peças religiosas de uma pureza e de uma rara ternura ainda são muito executadas. Sua obra demonstra sua habilidade no controle de grandes corais e da força instrumental nos temas sérios. Também mostra sua criatividade na caracterização dos personagens cômicos.
A morte prematura de Pergolesi numa carreira tão precoce mas curta, deixou de fato uma grande obra, como impressionante sugestão do que ele poderia ter feito se tivesse vivido por mais tempo.
Seu mérito e sua fama são merecidos especialmente pelo extraordinário papel de sua ópera Serva Padrona na história da ópera e pela suavidade tocante de sua música religiosa.


AMANHÃ: O mestre nos procedimentos na ópera, com expressão e sentimento: Sacchini.


domingo, 29 de setembro de 2013

0930 C MOLIÈRE comédia engraçada com visão ética do que é sábio e o que é louco

30 DE SETEMBRO. Molière: a nobre tarefa de habilidosa divulgação elevada e educada

MOLIÈRE
Jean-Baptiste Poquelin
(nasceu em 1622, em Paris; morreu em 1673, em Paris, França)
(1622-1673)

ATOR E DRAMATURGO MAIOR POETA DA COMÉDIA FRANCESA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

JEAN-BAPTISTE (1622-1673), conhecido como MOLIÈRE, era o filho mais velho de Jean Poquelin, fabricante de tapetes, mais tarde indicado como fornecedor da corte do rei de França. Molière estudou no célebre colégio de Clermont, dirigido pelos jesuítas, uma das escolas francesas de alto nível, que tinha como alunos personagens brilhantes, entre eles Voltaire. Estudou filosofia com o famoso pensador e cientista Gassendi, que, de certo modo, foi o precursor do experimentalismo de Locke.
Ele admirava o poeta romano Lucrécio, tendo começado uma tradução de seu poema, que consta num fragmento, na sua peça o Misântropo. Em seguida ao colégio estudou direito e formou-se como advogado.
Sabe-se que seu avô deu-lhe a orientação para o gosto pelo teatro, com que ele se apaixonou pela arte cênica. Em 1544, com 22 anos, ele entrou para um grupo de atores já famoso, conhecido como a Companhia do Ilustre Teatro. Foi quando ele adotou o nome artístico de Molière, com o qual ele é desde então conhecido. Esse nome já tinha sido usado antes por alguns atores e escritores.
Molière consagrou toda sua energia e recursos para a prosperidade de seu grupo teatral. Como não tinha então sucesso em Paris, a Companhia passou a fazer turnês pelas províncias francesas. Durante 12 anos, de 1646 a 1658, Molière passou sua vida em viagens constantes, em que ele obteve grande experiência e fama.
Em 1658 ele retornou definitivamente a Paris, com uma grande reputação adquirida no interior do país. Foi bem acolhido pelo rei da França e pelos últimos 15 anos de sua vida ali trabalhou sem descanso como ator e como escritor.
Durante o tempo em que realizou suas turnês, Molière compôs um grande número de comédias. Seu primeiro grande sucesso, que revelou seu gênio, foi Prècieuses ridicules de 1656. Nela ele fazia o papel de Mascarille, um nome geralmente usado nas comédias para o empregado sem vergonha. Esse tipo de personagem que aparecia com freqüência, quase sempre era representado pelo próprio Molière.
Nessa peça original e deliciosa, ele dá continuidade à qualidade especial de sua carreira artística, a comédia satírica de costumes modernos. Com deliberado propósito ele faz a análise, a descrição e a avaliação de um tipo importante, que ele submete ao julgamento do bom senso e do sentimento de justiça.
Moliére realizou a nobre tarefa de divulgação do pensamento elevado e das boas maneiras com um instinto superior e uma incansável constância. Durante sua vida produziu uma série de pinturas sistemáticas da vida moderna, até sua morte no exercício da missão a que se dedicou. Ele estando doente, desmaiou no palco representando o Malade Imaginaire, o Doente Imaginário, em 1673, morrendo horas depois, aos 51 anos de idade.
As grandes comédias de Molière se seguiram à École des Femmes, Escola das Esposas, de 1662 até Femmes Savantes, Esposas Sábias, de 1672, foram apresentadas nos últimos 10 anos de sua vida. As datas de suas principais peças são Don Juan de 1665, o Misanthrope de 1666, o Tartuffe de 1667, o Avare, o Avarento, de 1668, o Bourgeois Gentilhomme, O Burguês Gentil-homem de 1670, Fourberies de Scapin, Trapaças de Scapin de 1671, Le Malade Imaginaire, O Doente Imaginário de 1673.
Todas as peças de Molière têm sua leitura recomendada até nossos dias, por seu valor ético e filosófico. Durante o período de Molière em Paris, cerca de 14 anos, ele escreveu e encenou perto de 30 comédias, compostas em meio a um trabalho incessante de ator, diretor e membro da corte real, ainda sofrendo com conflitos domésticos agudos, intrigas profissionais ferozes e censura dos religiosos.
A originalidade de Molière está na sua noção do que é o teatro cômico. A comédia, para ele, pode ser engraçada, mas se baseia na constante visão dupla do que é sábio e do que é louco, direito e errado, ambas as imagens vistas juntas, lado a lado. Essa é sua invenção e essa é sua glória.


AMANHÃ: A habilidade no controle de grandes corais e força instrumental: Giovanni Pergolesi.

sábado, 28 de setembro de 2013

0929 C FIELDING criador da grande e empolgante epopéia cômica de Tom Jones

29 DE SETEMBRO. Fielding: uma engenharia literária na elaboração de seus textos

FIELDING
Henry Fielding
(nasceu em 1707, em Sharpham Park, Somerset, Inglaterra; morreu em 1754, em Lisboa, Portugal)

GENIAL DRAMATURGO PIONEIRO DA TRADIÇÃO NOVELISTA NA INGLATERRA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


FIELDING (1707-1754) era filho do general Fielding, que serviu com distinção sob as ordens de Marlborough. Sua mãe era Sarah, filha de Sir Henry Gould um dos juizes do tribunal da rainha da Inglaterra. Henry Fielding nasceu em Sharpham-Park no Somerset.
Ele pertencia a uma família nobre, sendo bisneto de William, conde de Denbigh, soldado do rei Charles I, de origem dos condes de Habsbourg. Geoffroy de Habsbourg foi para a Inglaterra ao tempo de Henrique III e tirou o nome de Fielding do feudo de seu pai em Rhinfilding. Essa é a origem dos condes de Denbigh.
Henry era o filho mais velho do general Fielding. Foi educado em Eton e depois estudou direito na Universidade de Leiden, no sul da Holanda.
Retornou a Londres aos 20 anos de idade e se tornou advogado.
Logo ele se mergulhou dissipação da vida mundana e pagava suas despesas escrevendo peças de teatro e outras obras literárias sob pagamento. Ele justificava dizendo que só tinha uma escolha: ou serei um escritor de aluguel ou um cocheiro alugado.
Durante dez anos ele escreveu para o teatro sob a pressão da necessidade e do pagamento de seus prazeres. Essas peças têm alguma criatividade, mas exceto em farsas como o Tom Thumb, nada indica o que Fielding produziria quando chegasse a maturidade.
Em 1635 Fielding casou-se com Charlotte Cradock, de Salisbury que possuía uma pequena fortuna. Ela seria retratada em suas peças com os nomes de Sophie e de Amelie. Ele a amava com paixão e quando ela morreu em 1743 ele sofreu muito, e seus amigos chegaram a se preocupar pela sua saúde mental, com razão.
Fielding publicou sua imortal história de Tom Jones em 1749, então com 42 anos de idade. No ano anterior, em 1748, ele havia sido nomeado magistrado no tribunal de Bow Street e presidente da corte trimestral. Ele se mostrou um juiz enérgico e eficaz na prevenção e punição dos crimes, mantendo-se gentil mas enérgico.
Uma criança abandonada - é a história de Tom Jones. Nela a grande quantidade de personagens mostra a vida de alto e de baixo nível na cidade de Londres e nas províncias inglesas. O herói tem um caso de amor até que afinal consegue casar. Mas numerosos obstáculos deverão ser vencidos com as viagens de uma parte da nação para a outra, então mostrando uma viva imagem da Inglaterra por volta de 1750. Os personagens são de vários tipos, uns amorosos, outros mal intencionados, ou humorísticos, outros virtuosos, estes necessários para um final feliz.
A novela é marcada por mudanças no clima, entre humor, sofrimento e romance, sempre com diálogos rápidos e fáceis. O autor deixa claro em seu prefácio que se preocupa com o planejamento da novela. Essa a razão de ser a história de Tom Jones uma obra-prima. Um empolgante resultado de engenharia literária.
A leitura do Tom Jones é indispensável para entender a Inglaterra dos anos 1700 e para sentir a generosidade e o amor de Fielding pelo gênero humano.
Em 1751 ele publicou Amelie. Então foi acometido de doenças e os últimos anos de sua vida foram uma luta valente contra o sofrimento. Mas ele manteve sua tarefa de escritor e não perdeu seu zelo como juiz. Em julho de 1754 ele embarcou com sua segunda mulher para tratamento médico em Lisboa, onde morreu em outubro desse ano, na idade de 47 anos. Ele repousa no cemitério inglês de Lisboa num túmulo cuidadosamente conservado.
Fielding foi o herói de seus livros. Ele era grande e robusto; sua figura era bela, viril, nobre; até seu último dia ele conservou uma aparência de grandeza, e, embora esgotado pela doença, seu aspecto e sua presença impunham respeito em sua volta.
A história de Tom Jones tem sido recomendada como leitura até nossos dias. Como pintura de costumes é na verdade raro; é uma maravilha de estrutura: a sabedoria, o poder de observação, a feliz variedade de lugares, de pensamentos e de caracteres dessa grande epopéia cômica prendem o leitor pela admiração e mantém sempre alerta a sua curiosidade.
A obra-prima de Fielding coloca o autor como o verdadeiro pai da epopéia em prosa e foi o seu primeiro criador consciente.


AMANHÃ: A invenção e a glória de colocar junto o que é sábio e o que é louco: a comédia de Molière.



NOTA. Significados usuais:
Epopéia História de ações heróicas; serie de feitos heróicos.

Novela História em prosa de pequena extensão, em geral acompanhando a vida de um único personagem. O texto é ainda menor no conto. O romance tem o texto maior, apresentando várias tramas e personagens. Em inglês romance é chamado de novel e em francês roman.


sexta-feira, 27 de setembro de 2013

0928 C Mme DE STAAL a comédia humana na memória do caráter da realidade social

28 DE SETEMBRO. Madame de Staal: a descrição viva dos costumes e personagens

MADAME DE STAAL
Marguerite Delaunay Baroneza de Staal, Marguerite Jeanne Cordier deLaunay
(nasceu em 1684, em Paris; morreu em 1750, em Paris)

FAMOSA ESCRITORA FRANCESA MEMORIALISTA DE COSTUMES

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

MARGUERITE DE LAUNAY, depois MADAME DE STAAL (1684-1750), é autora de interessantes Mémoires, Memórias. Ela era filha de um pintor de nome Cordier, que foi exilado, morrendo na Inglaterra. Sua mãe retomou então seu nome de família, de Launay e se dedicou à educação de suas duas filhas, que estudaram na abadia de Sr-Sauveur em Evreux.
Marguerite, favorita de Madame de Grieu, recebeu uma destacada educação, foi nomeada abadessa de St-Louis em Rouen e tratada como uma pessoa de valor. Estudou Descartes, Fontenelle e Malebranche e manteve uma correspondência ativa com muitos dos personagens eminentes da época. Aos 26 anos foi apresentada à duquesa de la Ferté, para quem sua irmã servia. A duquesa tratou a jovem com uma mistura de afeição, de extravagância e de tirania, que Marguerite descreveu mais tarde de maneira encantadora.
Apresentada pela duquesa de la Ferté à duquesa du Maine, ela entrou a seu serviço como dama de chambre. A duquesa du Maine era a esposa de um filho natural legitimado do rei Luis XIV, com eventuais direitos ao trono da França. A duquesa du Maine também tratou Marguerite com uma mistura de afeição, de extravagância e de tirania, como fizera a duquesa de lá Farte. A jovem ficou com ela durante 40 anos. Mas ela perdeu sua posição como mulher brilhante de uma sociedade culta e foi tratada como auxiliar e confidente da princesa. O grande sábio Fontenelle apreciava seu espírito e a elogiou à duquesa, que a fazia servir sempre aos seus divertimentos e à sua ambição.
Durante a Regência, depois da morte de Luis XIV, a conspiração do duque e da duquesa du Maine contra o duque de Orleans resultou na prisão de toda a família e de seus auxiliares. Mademoiselle Marguerite de Launay foi colocada na fortaleza da Bastilha e lá ficou por dois anos.
Quando a princesa foi posta em liberdade manteve Marguerite em seu serviço, prometendo-lhe um casamento para que ela tivesse um lugar entre as damas da nobreza.
Na falta de todos os recursos, Marguerite serviu sua autoritária protetora ainda por 15 anos. Logo em 1735, ela aceitou por esposo um honesto oficial da guarda suíça, o Barão de Staal, um viúvo idoso, pai de duas filhas adoentadas.
Marguerite, agora a Madame de Staal escreveu, no seu estilo franco:
     “O Barão, sob a promessa de promoção, consentiu em tomar como esposa uma mulher que não tinha sangue azul, nem fortuna, nem beleza, nem juventude”.
Madame de Staal morreu perto de Paris em 1750, na idade de 66 anos. Suas Memoires, Memórias, foram publicadas e 1755. Estão no primeiro lugar entre as anedotas pessoais de seu tempo. Ela também deixou duas comédias representadas na corte real.
Seu estilo simples, sua sinceridade e a pintura viva dos costumes e dos personagens a colocam num lugar privilegiado entre os melhores artistas que descreveram a grande comédia humana.

AMANHÃ: O primeiro criador consciente da epopéia em prosa: Fielding.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

0927 C LESAGE teatro de comédia brilhante na pintura da vida e de suas aventuras



27 DE SETEMBRO. Lesage: a admirável e cômica educação e habilidades de Gil Blas

LESAGE
Alain-René Lesage
(nasceu em 1668, em Sarzeau, França; morreu em 1747, em Bolonha, Itália)

GRANDE ESCRITOR TEATRAL SATÍRICO FRANCÊS DE NOVELAS PICARESCAS

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


LESAGE (1668-1747) nasceu em Sarzeau perto de Vannes, em 1668. Seu pai era um tabelião abastado. Ele ficou órfão quando ainda era criança, aos 14 anos e um tio maldoso dissipou sua pequena fortuna. Ficou sempre bastante pobre. Foi educado pelos jesuítas no Colégio de Vannes, que deixou com a idade de 18 anos. Em seguida estudou Direito em Paris.
Lesage iniciou a trabalhar na advocacia com certo sucesso. Casou-se aos 26 anos em 1694 com uma jovem parisiense, Marie-Elisabeth Huyard, bela, mas sem fortuna. Resolveu deixar a advocacia para dedicar-se à literatura para viver.
Até perto dos 40 anos, Lesage trabalhou na modéstia e pobreza, um grande número de peças, de histórias e de traduções sem originalidade nem mérito.
Ele encontrou no Abade de Lyonne um protetor que chamou sua atenção para a literatura espanhola. Recebeu dele uma pensão, com ele aprendeu a língua espanhola e conheceu o teatro da Espanha.
As primeiras peças de Lesage eram adaptações de modelos do teatro espanhol. A comédia Crispin, Rival de Son Maître, Crispin, Rival de Seu Mestre, foi um sucesso adaptado, colocado em cena em 1707 pelo Teatro Francês. Sua peça em prosa Le Diable Boiteux, O Diabo Manco, fez grande sensação. Foi inspirada pela peça El Diablo cojuelo de Vélez de Guevara, mas Lesage a tornou de fato original e francesa, desenrolada no ambiente da sociedade de Paris.
A companhia de representações populares Thèâtre de la Foire deu a Lesage uma grande liberdade como autor. Para ela Lesage compôs mais de 100 comédias de revista. Com esse sucesso, chegou a ser considerado o sucessor de Molière.
A excelente comédia de costumes Tucarret seguiu-se em 1709. Sua grande obra Gil Blas que apareceu primeiro em 1715, não foi completada senão em 1735.
Lesage continuou a produzir um número imenso de peças, de óperas cômicas e de histórias. Ao envelhecer, ele se retirou pobre, vacilante e surdo para Bolonha, onde seu filho era importante cônego. Ele morreu em 1747 com a idade de 80 anos.
A sua obra principal, Gil Blas de Santillane tem sua leitura recomendada até hoje. É uma das mais brilhantes pinturas da vida que a literatura moderna pode mostrar. A história é admiravelmente variada e natural. O desenvolvimento do caráter do Gil Blas é o que há de mais habilidoso em toda a obra.
A novela é uma das primeiras do gênero realista. É a história da educação e das aventuras de um inteligente jovem à medida que ele progride de um professor para outro. No serviço do falso médico Dr. Sangrado, ele opera os doentes pobres e logo alcança o recorde de seu mestre, ou seja, de 100 por cento de mortes. No serviço de Don Mathias, um famoso sedutor, ele também aprende logo a igualar e ultrapassar seu professor. O genial espírito de Gil Blas produziu um efeito civilizador na tradição picaresca. Ao contrário das novelas do gênero, ela tem um final feliz, já que Gil Blas resolve se casar e passar para uma tranqüila vida de agricultor.
Em variedade, em vida e verdade, Lesage se coloca entre os maiores mestres da comédia da natureza humana.


AMANHÃ: A descrição da grande comédia humana em estilo simples e vivo: Madame de Staal.

0926 C Mme de SÉVIGNÉ autora das mais célebres e mais belas e deliciosas cartas



26 DE SETEMBRO. Madame de Sévigné: estilo único, simples, delicado, vivo e engenhoso

MADAME DE SÉVIGNÉ
Marqueza de Sévigné, Marie de Rabutin-Chantal
(nasceu em 1626, em Paris; morreu em 1696, em Grignan, no Drôme, França)

BRILHANTE ESCRITORA NA CRIAÇÃO DO GÊNERO EPISTOLAR DA LITERATURA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

MARIE DE RABUTIN (1626-1696) foi a autora das mais graciosas cartas na literatura mundial. Filha única do Barão de Chantal, de família de destaque, distinguindo-se tanto na paz como na guerra. Ela nasceu em Paris em fevereiro de 1626. Seu pai morreu no ano seguinte, em combate contra os ingleses e sua mãe morreu poucos anos depois. A partir dos 10 anos de idade ela foi educada pelo seu excelente tio o abade de Coulanges, irmão de sua mãe. Graças aos seus cuidados paternais ela recebeu a melhor educação, tendo como seus mestres Ménage e Chapelain. Aprendeu latim, o italiano e o espanhol, tendo passado alguns anos na corte da rainha da França Ana da Áustria.
Aos 18 anos, Marie casou-se com o Marquês de Sévigné, um militar que pertencia a uma antiga e rica família da Bretanha. Ele mostrou-se pródigo, debochado e brutal, a ponto de se dizer que ela o amava sem o respeitar, enquanto ele a respeitava sem a amar. Ele acabou morrendo num duelo em 1651, deixando sua jovem esposa com um filho e uma filha.
A viúva, ainda na flor de sua juventude e beleza, aos 25 anos de idade, rica, brilhante e já célebre, dedicou sua vida a suas duas crianças e durante 45 anos viveu somente para elas e principalmente para sua filha.
Durante a infância de seu filho e de sua filha Marie de Rebutin se manteve num total retiro da sociedade. Mas por volta de 1644, ela se colocou no centro de tudo que havia de mais destacado em Paris, e na França.
Nenhuma sombra de desconfiança se conheceu de sua conduta, nenhuma tentativa, nesse tempo cheio de crítica e de escândalo. Ela foi cortejada em vão por muitos nobres e admiradores. Mas a bela viúva os afastou sem fazer um só inimigo. Um dos pretendentes mais audaciosos escreveu-lhe dizendo que “Vós sois a única dama na França que pode forçar um amante a se contentar apenas com a amizade”.
Madame Sévigné fez parte da elegante sociedade literária do Hotel de Rambouillet e foi colocada no grupo chamado As Preciosas.
Ela casou sua filha querida, no momento oportuno, com o Conde de Grignan, nobre provençal, viúvo de meia idade de alta posição, de bom caráter e de muito mérito. A nomeação como governador da Provença em 1669 obrigou a ele e sua família a se afastarem de Paris. Foram morar no castelo de Grignan, no Drôme, separando a mãe de sua idolatrada filha.
Essa separação fez valer ao mundo as mais célebres e mais deliciosas de todas as cartas particulares. Por 25 anos Madame de Sévigné continuou a escrever a sua filha quase que dia a dia, estivesse ela em Paris ou em sua terra em Roches, na Bretanha. Ela morreu em Grignan em 1696 na idade de 70 anos com varíola, feliz ao pensar que assim ela não sobrevivia então à sua querida filha.
cartas escritas por Madame de Sévigné completam 14 volumes. São as mais belas que existem em toda a literatura. O estilo é único, simples, delicado, vivo e engenhoso. Como descrição da vida e dos costumes contemporâneos elas não têm superiores na literatura moderna.As


AMANHÃ: Com variedade, vida e verdade, está entre os maiores mestres da comédia: Lesage.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

0925 C Mme de MOTTEVILLE registro e julgamento da política do reino francês




25 DE SETEMBRO. Madame de Motteville: fiéis memórias da corte real da França

MADAME DE MOTTEVILLE
Françoise Bertaut de Motteville
(nasceu cerca 1621, morreu em 1689)

ESCRITORA DA MEMÓRIA POLÍTICA EUROPÉIA DO SÉCULO 17

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.

MADAME DE MOTTEVILLE, (1621-1689) Françoise Bertaut, registrou em suas memórias cheias de graça e de sensibilidade a história da corte real da França, de Richelieu e de Mazarin. Ela nasceu na família Bertaut, bem relacionada na corte real e na Igreja oficial. Seu pai é um nobre da Câmara Real; seu tio é o bispo Bertaut, poeta conhecido. Sua mãe, de família nobre da Espanha, muito ligada à pessoa da rainha Ana da Áustria e sua secretária particular.
Por meio de sua mãe, a jovem Françoise foi destinada ao serviço da rainha Ana desde sua infância, em 1528. Mas o cardeal Richelieu, para evitar a reunião de espanhóis no palácio, insistiu para que a inteligente criança ficasse longe da corte. Ela foi então para a Normandia aos 10 anos de idade. Lá foi educada com grande cuidado e com excelente formação.
Em 1639, com 18 anos de idade, casou-se com Langlois de Motteville, presidente do Tribunal de Contas da Normandia, de 80 anos, mas com saúde e vigor, então viúvo pela segunda vez. Françoise aceitou de boa fé essa união mal escolhida e teve uma conduta correta. Depois de dois anos do casamento ela ficou viúva. Resolveu conservar sua liberdade e não mais se casou.
Logo após a morte de Richelieu e do rei Luis XIII, Mme. de Motteville retomou seu lugar junto à pessoa da rainha Ana da Áustria, então regente do reino, em 1643. Oficialmente tinha a posição de dama da Câmara da rainha, mas seu papel real era o de sua confidente.
Ela permaneceu na corte por 23 anos, até a morte de sua protetora em 1666. Então ela se retirou do mundo e consagrou sua vida às obras de caridade e a escrever suas Memoires, Memórias, que, então, completou.
Françoise de Motteville pertenceu ao círculo social de Madame de Sevigné. Depois de uma vida de discrição e bondade exemplares, ela morreu em 1689, com a idade de 68 anos.
As Memórias foram publicadas pela primeira vez em 1723 em cinco volumes. Elas contam a história íntima da corte real da França de 1614 a 1666, entrando em curiosos detalhes sobre a vida de Ana da Áustria depois de seu casamento com o rei Luis XIII da França. Ana é filha do rei Philippe III da Espanha sendo o centro das lembranças que foram anotadas por Françoise como forma de guardar a descrição de sua rainha.
As Memórias escritas por Françoise de Monteville têm sua leitura recomendada até nossos dias, por seu valor histórico confiável.
Madame de Motteville foi a confidente ideal para um soberano: era discreta, mas apresentava reticências prudentes; era observadora, investigante, laboriosa, sendo paciente e mantendo o controle completo sobre si mesma. Não faltava jamais ao devotamento à sua rainha e à honra e ao respeito de si mesma.
Os registros de Madame de Motteville são o ensinamento e o julgamento de uma mulher calma, clarividente, sincera, colocada durante toda uma geração no centro da política européia, tendo assim um alto valor documental. São a pintura dos costumes e dos atores da época.


AMANHÃ: mais belas cartas na literatura, estilo simples e engenhoso: Madame de Sévigné.

0924 C ALARCON sutileza psicológica no grandioso teatro de comédia de costumes



24 DE SETEMBRO. Alarcon: comédia dos vícios como mentira, calúnia e leviandade

ALARCON
Ruiz de Alarcon, Juan Ruiz de Alarcon y Mendoza
(nasceu cerca 1580, em Taxco, no México; morreu em 1639, em Madrid)

DRAMATURGO NASCIDO NO MÉXICO, ENTRE OS MAIORES NA ESPANHA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Esta terceira semana contem os grandes cômicos os mestres do drama satírico de costume. Entre dose nomes, dois somente são autores de peças de teatro. Ao passo que entre os poetas antigos, no mês de Homero, acham-se quatro autores de comédias. No mundo moderno a comédia de costumes sai do teatro para o romance.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


ALARCON (1580-1639) nasceu na província de Taxco no México. Filho de uma família abastada no México, Alarcon foi para a Espanha em 1600 para estudar na Universidade de Salamanca, onde se graduou em 1602.
Depois de outros cursos na Universidade do México, foi permanentemente para a Espanha em 1611 e serviu em vários cargos de governo. Fez parte do Conselho para as Índias Ocidentais, um conselho para as colônias espanholas na América, em 1626.
Em 1622 estava em Madrid como autor de peças teatrais. Ele publicou vinte peças, mas não atingiu a popularidade de Montalva, de Guevara ou de outros escritores contemporâneos. As dedicatórias e os prefácios que colocou na abertura de suas obras indicam que ele lamentava a falta de reconhecimento do público. Ele morreu em 1639.
Alarcon escrevia por prazer e não para ganhar dinheiro. Escreveu 25 peças, a maioria publicada em dois volumes separados, um em 1628 e outro em 1634.
Suas peças são notáveis por sua construção grandiosa, de sutileza psicológica, sempre com um importante ensinamento moral. A maior parte de suas comédias de costumes tem como tema uma falha no comportamento do personagem.
Sua peça La verdad sospechosa, Verdade Suspeita, uma comédia de leitura recomendada até em nossos dias, tem como herói um homem que, possuindo até muitas qualidades de simpatia, é um mentiroso incorrigível. Ele escapa das confusões com uma habilidade espantosa, montando mentira sobre mentira, até que, forçado de reconhecer seu erro, cai, envergonhado, no precipício que criou.
A peça Verdade Suspeita deu nascimento à comédia Le Menteur, O Mentiroso, de Corneille, que afirma no seu prefácio não conhecer nada nesse gênero, na literatura, tanto antiga como moderna, que lhe possa ser comparado pelo espírito, engenhosidade da intriga e a habilidade da estrutura. Ele havia suposto que a peça tivesse sido escrita por Lope de Vega. Depois que fez de sua própria comédia, Corneille chega a dizer que ele daria duas de suas melhores peças teatrais em troca da bela comédia de Alarcon.
Outra obra de Alarcon com leitura recomendada é Las paredes oyen, As Paredes Ouvem, que trata de um assunto semelhante: as conseqüências da calúnia e da maldade.
Sua comédia La prueba de las promesas, A Prova das Promessas, é um ataque contra a ingratidão; Mudarse por mejorarse, Mudar-se para melhorar-se, é uma sátira contra a inconstância dos amantes.
Ruiz de Alarcon era um homem magro e corcunda e sua aparência era ridicularizada sem pena por seus colegas escritores rivais, em especial por Lope de Vega.
Mas Alarcon tornou-se um apreciado gigante como dramaturgo, uma das principais figuras da Era de Ouro do teatro espanhol. Ele é aclamado como grande artista tanto na história da literatura do México como da Espanha.

AMANHÃ: Uma mulher confidente ideal, discreta, observadora, paciente: Madame de Motteville.

domingo, 22 de setembro de 2013

0923 C CORNEILLE teatro cultural da vida dos mais importantes personagens históricos

23 DE SETEMBRO. Corneille: o drama do choque de idéias, seu pensar, suas angústias

CORNEILLE
Pierre Corneille
(nasceu em 1606, em Rouen, França; morreu em 1684, em Paris)

POETA E DRAMATURGO FRANCÊS INTRODUTOR DA POESIA HISTÓRICA NA LITERATURA

Estética
parte da Filosofia para a idealização, para a emoção

O motor da ação humana é o sentimento
Estética é a teoria da arte, o conjunto dos princípios fundamentais da arte. É apresentada também como a filosofia da arte.
Define-se a arte afirmando que:
arte é a representação idealizada da realidade, dos seres e dos acontecimentos.
O objetivo da arte é cultivar o nosso sentimento, da emoção de perfeição, do belo. Assim como a ciência explica a realidade, a arte embeleza o real para emocionar, estimulando o sentimento social, a compaixão, o altruísmo.
Em ambos os casos, a tarefa de classificação tanto na ciência como na arte se faz começando pelos objetos simples do mundo exterior ao homem. Em seguida se eleva gradualmente aos complicados fatos da vida e da natureza humana, coletiva na sociologia ou individual na psicologia.
O mundo antigo era a muitos respeitos mais favorável do que a modernidade à produção da grande poesia. A sociedade era mais homogênea e mais harmoniosa em sua constituição, também mais estável e mais regular em seu movimento.
Na modernidade nos encontramos em fase de transição, em tempos de revolução, ao passar de uma civilização medieval para uma civilização científica e industrial. Mas, apesar do clima de revolta, triunfos esplendidos foram conseguidos pelo gênio artístico independente.
Nesta segunda semana do Calendário estão como representantes desta fase da evolução social aqueles mestres do drama histórico que pintaram os tipos tomados do passado de preferência a caracteres puramente imaginários. Desse modo aqui Schiller é colocado ao lado de Corneille, assim como na semana passada Goethe foi colocado ao lado de Calderon. A semana tem como chefe Corneille.
Ver em 0910 C   O QUADRO DO MÊS DE SHAKESPEARE, o Drama Moderno, com todos os grandes tipos humanos do mês.

NOSSOS ANTEPASSADOS INESQUECÍVEIS
Maiores figuras humanas na antiguidade
que prepararam a civilização do futuro.


PIERRE CORNEILLE (1606-1684) realizou a introdução principal da poesia histórica na literatura mundial.
Corneille recebeu o nome de seu pai, Pierre, um advogado do rei de França. Nasceu em Rouen, em 6 de julho de 1606, numa casa ainda conservada na Rue de la Pie.
A longa vida de Corneille se deu toda em paz, sem outra alteração a não ser a produção de suas peças teatrais. Ele foi educado pelos jesuítas, pelos quais conservou sempre o respeito e gratidão. Ele substituiu seu pai na função de advogado e se dedicou à prática do direito “sem prazer e sem sucesso”.
Aos 23 anos de idade, em 1629, ele produziu sua primeira peça, uma comédia, representada em Paris. Com seu sucesso, ele foi admitido na sociedade dramática do grande estadista o cardeal Richelieu, que formou o grupo chamado como  “les cinq auteurs”,  sociedade dos cinco autores.
Outras peças teatrais foram feitas, e em 1636 Corneille revelou seu poder como escritor nos dramas Médée e Le Cid. O drama clássico já havia sido feito antes, mas, com Le Cid, Corneille elevou esse gênero teatral à perfeição.
O drama Le Cid provocou, desde sua apresentação, um grande entusiasmo da parte do público. Ele foi traduzido para todas as línguas da Europa. Mas as peças de Corneille não seguiam a norma de regularidade exigida pelos críticos.
A doutrina da unidade exigia que houvesse unidade de tempo, os eventos devendo ficar dentre do período entre o nascer e o pôr do sol. Deveria também manter a unidade de lugar e de ação evitando mais do que uma situação. Formou-se um conflito com a crítica e nos dramas seguintes feitos por Corneille; ele acabou obedecendo à norma.
Corneille escrevia realizando a concentração emocional num dilema moral e num supremo momento da verdade, quando os personagens principais reconheciam o seu envolvimento com o dilema moral.
Ele não só faz o enfoque do personagem como destaca o choque entre idéias. A ação provoca a reação. Não só o que é feito, mas o que é pensado, sentido, sofrido. Ele usa o método da simetria. Apresenta, como um bom advogado, um lado do conflito e depois o outro lado, uma posição em seguida de seu oposto.
Os dramas históricos de Corneille formaram uma série de peças retratando com verdadeira compreensão todas as principais fases da civilização romana com um tratamento dramático ideal. Por seu conteúdo cultural suas peças são até hoje recomendadas para leitura. Uma seleção conteria os dramas:
Le Cid
Horace
Cinna
Polyeucte
Pompée
Rodogune 
que são as obras-primas de Corneille.
Recomendam-se ainda os dramas:
Heraclius
Nicomède
Pertharite
Oedipe
Sertorius
Othon
Pulchérie.
São todos dramas de nobres personagens e de elevada idealização histórica.
Corneille é não somente o criador e o chefe do drama na França, mas ainda um dos mais nobres educadores e um dos tipos humanos mais importantes da nação francesa, digno por seu próprio valor e também por suas obras, de ser colocado à frente dos autores históricos da França e de toda a Europa.

AMANHÃ: Um gigante como dramaturgo tanto no México como na Espanha: Ruiz de Alarcon.